top of page

1° Intervenção

    A primeira parte de nosso projeto foi realizada nos dias 25 e 26 de agosto de 2019 em quatro pontos da cidade de Belo Horizonte: no Bar do Museu do Clube da Esquina, na esquina da Rua Paraisópolis com a Rua Divinópolis (ambos no bairro Santa Tereza) e nos Edifícios Maletta e Levy, localizados no centro da cidade. A proposta inicialmente visava ir a outros lugares onde supostamente se encontravam placas do Museu Clube da Esquina, como a Praça Sete e a Praça da Estação, entretanto as placas não foram localizadas nestes locais. A intervenção consistia em entrevistar rapidamente comerciantes ou moradores dos arredores e transeuntes que passassem pelos locais no momento, questionando acerca das placas e do próprio Clube da Esquina.

    Os primeiros locais visitados foram o Bar do Museu do Clube da Esquina e a própria esquina, sendo entrevistados uma mulher que passava no local, um morador e um comerciante no quarteirão abaixo do bar. Embora com diferentes depoimentos, os três conheciam o Clube da Esquina em si, embora fique evidente a dúvida e confusão que por vezes a forma que o Museu tomou gera. Outro ponto repetido também é como os turistas supostamente tem mais conhecimento da placa no local do que as pessoas do entorno ou os moradores de Belo Horizonte no geral.

 

   “Eu lembro muito do clube da esquina, porque meu cunhado também fazia parte deste grupo, belo grupo. A placa eu achei meio confusa, depois vi que tinha poesia nela,”

   “Essa placa ai é uma coisa pra chamar a atenção sobre o Clube da Esquina, mas nunca houve um interesse da prefeitura em fazer um monumento histórico aqui, um nome considerado internacional, eu vejo que mineiro não dá muito valor pra essas coisas (...) eu vejo aqui muita gente que vem no período de férias pra ver só esta esquina, é visitada por quem conhece o Clube da Esquina, quem não conhece passa e não entende o que é esta placa, só quem conhece, que são aquelas pessoas dos anos 60, que viveram isso e traz alguém e outros que vem de fora, os de fora dão mais valor dos que os daqui, por que eu fico aqui a noite, vejo, converso com eles, tem gente que eu já fiz tour, conto história (...).”

   “Todos os turistas ficam encantados, tem que pesquisar no Museu tem esse livro, eu não sei onde tá agora o acervo, tem várias coisas(...)”.

 

As entrevistas feitas nos edifícios Levy e Maletta ficaram como que divididas: alguns conheciam o Clube da Esquina e a placa e outros não. Em uma delas, com um grupo de amigos, novamente aparece certa confusão:

 

   “(...) eu vi essa placa e não entendi, não vi nada relacionado ao museu do clube da esquina.”

 

Outras entrevistas nos surpreenderam muito, como é o caso da entrevista com a dona da loja Aerobel, no Edificío Maletta:

 

   "Entrevistador: Ah, então como tem muito tempo, você conhece a placa que tá lá embaixo desde o início né?

Entrevistada: Sim, desde o início. Tem mais de 30 anos que eu to aqui na loja.

Entrevistador: E aí não tem nem como perguntar se você conhece o Clube da Esquina, né?

Entrevistada: Conheço! Conheço! Inclusive eu conheço alguns deles né, que são até clientes aqui. Flávio Venturini, o Beto Guedes, eles vinham aqui na loja. Eles tem é.. como é que fala? É campo onde eles soltam aeromodelo. O filho do Beto Guedes, Gabriel, ta sempre aqui com a gente aqui na loja. (...) São amigos nossos! Bacana né?"

 

  De todo modo, sentimos que nosso objetivo foi cumprido. Estabelecemos conversas, trocamos experiências, alguns contavam detalhes e fatos que não sabíamos e, para aqueles que não conheciam o Clube e o Museu, tentamos levar até a pessoa um pouco do que sabemos, falando dos artistas e das placas pela cidade.

bottom of page