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O Clube

    No contexto da ditadura militar no Brasil, surgia em Minas Gerais o Clube da Esquina, formação cultural que tem sua influência e importância preservadas até os dias de hoje.

 

“O que foi o Clube da Esquina? Uma “entidade musical trans-histórica” cujas características mais singulares, como a amizade, a partilha e determinado sentimento de comunidade, ainda permanecem como herança para seus integrantes e para aqueles que os admiram? Apenas o título que batizou duas canções com letras de Márcio Borges e mais dois LPs assinados por Milton Nascimento, um deles em parceria com Lô Borges? Um movimento musical de vanguarda composto por artistas que apregoaram uma revolução na música popular brasileira ao longo dos anos 1960 e 1970? Ou uma turma informal de músicos, letristas e instrumentistas dotada de grande heterogeneidade estética e concepções políticas que surgiu e se dissipou espontaneamente no decorrer dessas décadas?” (DINIZ, 2012:20) 

 

    O primeiro passo para a formação do Clube talvez seja a amizade que se constitui entre Milton Nascimento, conhecido também como Bituca e o mais popular dentre os integrantes do Clube da Esquina, com o mais velho dos onze filhos da família Borges, Marilton. Seus ensaios para o Evolussamba, grupo em que tocava Bituca e Marilton, no apartamento dos Borges localizado no Edifício Levy, em Belo Horizonte – onde, inclusive, Bituca também estava morando – faz com que uma amizade ali se estabeleça e a porta para as parcerias musicais com os outros irmãos da família comece a ser aberta.  

Se inicialmente Milton Nascimento tivesse maior contato com Marilton, seria Márcio Borges o irmão a se tornar seu grande amigo tanto na vida quanto nos momentos de composição para as letras de suas músicas. Juntamente à Márcio, outros importantes “amigos-compositores” de Bituca foram Fernando Brant e Ronaldo Bastos. Lô Borges também se tornaria peça importante desse quadro musical, assim como outras figuras, podendo ser citados Beto Guedes, Toninho Horta, Flávio Venturini e Wagner Tiso – que inclusive seria parceria de Bituca no começo de sua trajetória musical, ainda em Três Pontas, com os W’s Boys.

    O Clube trazia irreverência com uma mistura de ritmos, uma combinação entre coisas novas, outras tradicionais e ainda elementos musicais de fora do país. Os integrantes  também não tinham instrumentos fixos, outros sujeitos eram agregados, o funcionamento era dinâmico. Entretanto, não foi apenas em seus ritmos que o Clube e seus integrantes traziam irreverência. Através de suas letras e ações também se pode tirar críticas do período em que eram feitas, indo além do momento ditatorial em que viviam para criticar e propor reflexão sobre diversos temas:

 

   “(...) muitos pesquisadores apontam o Tropicalismo como o movimento mais importante da música brasileira. Mas é provável que eles não tenham tido êxito ao avaliar a grandiosidade da música do Clube da Esquina para chegar a tal conclusão.” (OLIVEIRA, 2006: 18 apud DINIZ, 2012: 20)

 

 

    Antes de ser chamado por Milton Nascimento para fazer parte do disco duplo Clube da Esquina, Lô Borges já havia sido parceiro de Bituca na melodia da música de mesmo nome (com letra composta por Márcio Borges) e compôs também Para Lennon e McCartney, que logo em seguida teve letra feita por seu irmão Márcio e por Fernando Brant. Dois anos após ser lançado o disco Milton, álbum que contém as músicas citadas anteriormente, em 1972 é lançado o disco Clube da Esquina, o trabalho mais reconhecido do Clube. Na mesma década, em 1978, foi lançado ainda o álbum Clube da Esquina 2, juntando novamente o grupo em composições como Credo e Canção Amiga.

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Clube da Esquina 2
Canção Amiga - Milton Nascimento

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O Que Foi Feito Deverá / O Que Foi Feito De Vera - Elis Regina & Milton Nascimento

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Lô Borges - Ruas da Cidade (1978)

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Credo

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